50 Anos de Horror: #3 A Morte Numa Noite Fria (1973)

A Cold Night’s Death

Direção: Jerrold Freedman

Roteiro: Christopher Knopf

(EUA – 1973, Cor, 74 minutos)

Telefilme de horror produzido pela ABC onde um pesquisador de uma base no ártico que estuda o comportamento de primatas em ambientes hostis começa a apresentar comportamento errático, relatando conversas com figuras históricas falecidas até finalmente cessar todo o contato. Dois outros pesquisadores (Robert Culp e Eli Wallach) são enviados para investigar e ao chegar, descobrem o lugar caótico, janelas e portas escancarados num ambiente a vários graus abaixo de zero e com os símios, coitados, quase mortos de frio. E então, sentado frente ao comunicador, percebem o cadáver congelado até os ossos do colega silente, que é levado de volta à civilização para passar por autópsia. O que quer que tenha acontecido ali fora documentado em áudio pelo falecido, mas, a exposição do equipamento ao frio impede a imediata audição das fitas, pois as mesmas poderiam não resistir ao atrito e se desfazer. Decididos a seguir em frente, iniciam a arrumação do lugar e retomam as pesquisas com os animais, até que elas, as coisas estranhas, começam a acontecer, como por exemplo, o relatório inconclusivo da autópsia que não detecta o motivo da morte de seu colega e janelas que teimam em abrir sozinhas num frio de lascar.

Aos poucos, a relação dos dois vai se alterando, Robert Jones (Robert Culp) é mais pragmático e observa bem as coisas ao seu redor e sabe que algo ali não está normal, enquanto Frank Enari (Eli Wallach) parece sinceramente alheio ao que acontece e exige foco do colega. É impossível não lembrar de O Enigma do Outro Mundo em alguns momentos, mas, o medo trabalhado em A Morte Numa Noite Fria é diferente, com o tempo a passar implacavelmente, enquanto janelas insistem em amanhecer inexplicavelmente abertas nas manhãs inclementes do ártico, levantando a suspeita de que os dois talvez não estejam sozinhos. Dá gosto ver Robert Culp e Eli Wallach defendendo com maestria os interesses e paranoias dos personagens isolados num mar de neve contra um inimigo invisível, onde a degradação física deles rivaliza com a do lugar, mesmo que os estudos com os primatas continuem, de certo modo, fluindo.

O diretor Jerrold Freedman trabalhara basicamente com televisão até ali, como na série Galeria do Terror, onde dirigiu seis episódios e tinha apenas uma experiência em cinema, com Brutal Beleza (1972, com Rachel Welsh) e a partir de então, focou mais em longas-metragens, ainda que continuasse a trabalhar com séries de tv, como Suspense, remake de Alfred Hitchcock Apresenta (1955) e The Alfred Hitchcock Hour (1962) nos anos 80, Profissão Perigo e Arquivo X (episódios Ghost in the Machine e Born Again, ambos da primeira temporada).

Rápido e eficiente, A Morte Numa Noite Fria trabalha bem a sua história de medos e suspeitas encenada por apenas dois atores a maior parte do tempo que em nenhum momento deixam o que estamos vendo se tornar desinteressante, ao contrário, igual eles, começamos a desconfiar que existe mais alguém ali, cheio das mais péssimas intenções.


Comentários

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  1. Muito massa a resenha. Vou Anotar esse para conferir. Estou no processo de escrita de um livro nessa pegada "Alternativa". Uma coisa meio "Filmes Lado B". Tenho o Sertão Cósmico no Instagram com essa pegada, além claro de leituras, HQs e Cinema Clássico

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