50 Anos de Horror: #11 As Sete Máscaras da Morte (1973)

As Sete Máscaras da Morte 

Inglaterra – 1973, colorido 104 minutos

Theater of Blood

Direção: Douglas Hickox

Roteiro: Anthony Greville-Bell

Elenco: Vincent Price, Diana Rigg, Joan Hickson, Ian Hendry, Harry Andrews, Coral Browne, Robert Coote, Jack hawkins, Michael Horden, Arthur Lowe, Robert Morley, Dennis Price, Milo O’Shea, Doana Dors. entre outros e outras

- Você... é você! Mas você estava morto!

- Não, não. Mais um de seus equívocos críticos, meu caro amigo. Eu estou muito bem, VOCÊ é quem está morto.

Roteiro tão divertido quanto sangrento, direção inspirada e mortes lindas e criativas na forma do prato que se come frio. O ano é 1973 e desde La Manoir du Diable (George Meliés, 1886) o terror se mantém firme e forte no cinema, às vezes menos intenso, mas, sempre lá. Representou-o de maneira exemplar durante décadas, Vincent Price, ator americano que nasceu dezesseis anos depois do filme de Meliés e estreou na indústria em Serviço de Luxo (1938, de Rowland V. Lee) e até o distinto e atualmente distante ano de 1973 e até mesmo depois disso, prestou respeitável serviço ao horror, mesmo trabalhando bastante em outros gêneros, mas, foi com expedientes de sangue e morte que se tornou uma referência querida e respeitável. Alguns o tinham como um ator limitado, particularmente, acho que não. Acredito piamente que cada vírgula, entonação e sobrancelha exageradamente arqueada eram de caso pensando, parte da mis-èn-scene que compunha o ator dentro e fora das telas, como mostram várias entrevistas fáceis de encontrar na internet, portanto, nada mais fácil para ele do que interpretar um ator de teatro que se vinga de um grupo de críticos que desdenharam de seu talento quando interpretou todos os papéis principais das peças de William Shakespeare numa única temporada e acreditava que teria o seu trabalho, desde sempre diminuído, reconhecido, o que já sabemos, não acontece.

Temos plena noção do que gentes que se acham a nata do pensamento de uma determinada área podem fazer às carreiras daqueles cujos trabalhos não compreendem ou percebem à frente de seu tempo e neste caso em específico, recebem inesperado castigo por sua empáfia. Dado como morto há vários anos e agora apoiado por uma trupe de lascados viciados em álcool, esbórnia e outros desatinos mais, Edward Lionheart, nome do personagem de Price, leva a cabo uma vingança que inclui a encenação das mortes nas peças com seus detratores como estrelas. “Foi divertido pois a cada três, quatro dias, eu atuava com um grande ator ou atriz, tipo Harry Andrews, Coral Brown, Diana Rigg, Arthur Lowe, Robert Moore, Dennis Price... era excelente porque eu interpretava tipos shakespeareanos e eles estavam entre os melhores  atores e atrizes shakespeareanos do mundo e eu, um “pobre amador”, confesso, me diverti um bocado durante as gravações”, declarou o ator em material de divulgação do filme na época.

Se foi divertido para ele participar, assisti-los é acionar uma torrente de memórias que se não freadas rápido, nos levam a uma espiral de lembranças que nos estapeiam as faces com luvas feitas pelo tempo, numa história embalada por trilha sonora eficiente (Michael J. Lewis,), atores e atrizes que tanto ou até mais que o próprio Price, se divertem horrores em cena e figurinos que casam perfeitamente com a proposta de pompa, exageros e decadência mostradas numa bem humorada história de vingança. Vale a pena.




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