FdC: Tubarão (1974)


Tubarão

EUA - 1974 colorido 124 minutos

Jaws

Direção: Steven Spielberg

Roteiro: Peter Benchley e Carl Gottlieb (baseado em livro de Peter Benchley)

Elenco: Roy Scheider, Richard Dreyfuss, Robert Shaw, Murray Hamilton, Lorraine Gary, entre outros e outras

A vida começou no mar, através das eras essa massa gigantesca de água testemunhou a evolução do planeta que abraçava, além da própria. Em seu seio, os oceanos abrigaram vidas que vieram, reinaram e desapareceram, dando lugar a outras, num ciclo perfeito em um território que, mesmo maculado pelo homem, continua desconhecido por nós em grande parte. Por nós, enfatizo, porque se existe uma espécie que conhece os sete mares de raso a fundo, é o tubarão, quatrocentos milhões de anos de rodagem, senhores de onde passam, estando sozinhos ou em bando, construíram reputação de criaturas implacáveis com mordidas inclementes. Talvez porque o sejam. Inclemente também é a certeza da juventude da inexistência do perigo, como a jovem Chrissie, por exemplo, que se ausenta de uma festa à beira mar para nadar pelada com o seu interesse romântico. Faz parte, não seriam os primeiros e nem os últimos e talvez até uma descendência surgisse ali se o boy, inebriado de goró, não tivesse apagado na praia. Ou se não estivesse nadando sob as mesmas águas banhadas pela lua um tubarão de consideráveis proporções e apetite, e o que deveria ser apenas mais aventura de verão se converte em tragédia, quando os administradores e agentes da segurança da pequena Amity Island, uma cidade veraneio, descobrem que as vítimas podem não se limitar apenas a aquela noite, colocando em risco não apenas a vida das pessoas, mas também a economia local, que na cabeça do prefeito (Murray Hamilton), é mais importante do que as pessoas, proporcionando assim um cardápio variado de pessoas para o tubarão. 

Martin Brody (Roy Scheider), xerife da cidade, sabe que a decisão do alcaide acabará em tragédias, fica em alerta e não demora para o mar ser tingido de carmim mais uma vez e junto com um pescador (Robert Shaw) e um biólogo (Richard Dreyfuss), sai em busca do predador para trazer a normalidade de volta ao lugar e dar espaço ao luto daqueles cujas pessoas queridas encontraram triste fim, dilaceradas pelas mandíbulas do animal, porém, como dito antes, essa espécie singra os oceanos desde antes dos primeiros primatas e os planos do trio não vão ser fáceis de cumprir.

Tenso, sangrento, fluido, com boa trilha e elenco, a produção conturbada desse filme acabou trazendo a luz um clássico indiscutível do cinema de horror. Que o digam, nós, os recifenses e as recifenses.





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